Dentro da cela, um celular. Fora dela, segredos prontos para vir à tona. A Coluna obteve o exclusivo ao relatório da extração de dados do aparelho apreendido com a vereadora Tatiana Medeiros (PSB), descoberto na sala de Estado Maior onde ela estava detida, no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Piauí (PM-PI). A partir desta quarta-feira (04), você vai conhecer, em detalhes, com quem ela manteve contato, quais aplicativos utilizou e o que realmente aconteceu entre as quatro paredes de sua cela.
A quebra de sigilo telefônico revelou que nem mesmo a prisão conseguiu impedir o contato de Tatiana Medeiros com o namorado, Alandilson Cardoso os, apontado como liderança da facção criminosa Bonde dos 40, que também está preso.

O celular modelo iPhone 16 Pro Max foi apreendido no dia 20 de maio em posse de Tatiana Medeiros, junto com um tablet. Após reter os aparelhos, a PF conseguiu na Justiça a quebra do sigilo telefônico e de dados telemáticos do iPhone, e a partir das informações levantadas foi confeccionado um relatório que detalha todos os contatos mantidos pela parlamentar.
Os dados extraídos indicam que a parlamentar estava em posse do celular desde 7 de abril, dia em que ela fez a primeira interação no WhatsApp, de onde foram extraídas 1.541 mensagens.
Contato com líder do Bonde dos 40
Segundo as informações levantadas na quebra de sigilo, a vereadora fez, de dentro da cela, ao menos três chamadas de vídeo com Alandilson os, que também se encontra detido, em uma penitenciária no estado de Minas Gerais. A Coluna conseguiu as capturas de tela de duas dessas chamadas de vídeo, confira abaixo:

De acordo com o relatório da investigação preliminar, o casal manteve contato em três datas distintas: 7, 9 e 13 de maio.
Outros contatos
Ainda conforme os dados obtidos, Tatiana Medeiros manteve contato por telefone com a mãe, uma tia, um tio, com assessores e advogados.
Prisão domiciliar
Tatiana Medeiros deixou o Quartel do Comando-Geral da PM-PI na tarde dessa terça-feira (3), após decisão da juíza Júnia Maria Bezerra Feitosa Fialho, da 1ª Zona Eleitoral de Teresina, que concedeu prisão domiciliar para a vereadora. Ela foi alvo da segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal, que investigou a utilização de recursos oriundos de facção criminosa para financiar sua campanha eleitoral de 2024.
Suplente assume
Nessa quarta-feira (4), o suplente da vereadora, Leôndidas Júnior (PSB), assumiu a vaga na Câmara Municipal, seguindo o prazo de 60 dias após o afastamento da parlamentar.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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