O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afastou os representantes de entidades suspeitas de envolvimento no esquema bilionário de descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. A medida atinge integrantes do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) citados nas investigações da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União.
Os conselheiros retirados serão substituídos por representantes indicados pela Casa Civil, Ministério da Fazenda, Planejamento e Dataprev. De acordo com o ministro, o objetivo é garantir um CNPS mais plural, transparente e alinhado às diretrizes do governo. A partir de agora, todas as reuniões do Conselho também arão a ser gravadas em vídeo.

Além disso, o Ministério da Previdência enviou um ofício às centrais sindicais solicitando a indicação de novos nomes para as entidades que tiveram seus Acordos de Cooperação Técnica suspensos. Wolney reforçou que os debates só terão deliberação com todas as cadeiras da sociedade civil preenchidas. “A suspensão não é um pré-julgamento, mas sim uma forma de permitir que os citados se defendam sem comprometer os trabalhos do Conselho”, afirmou.
O escândalo gira em torno de um suposto esquema de descontos associativos não autorizados, aplicados entre 2019 e 2024, que pode ter causado um prejuízo de mais de R$ 6 bilhões. Apesar da gravidade, o pedido para a instalação de uma I sobre o caso ainda não foi atendido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Diante da omissão, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) acionou o Supremo Tribunal Federal para obrigar a abertura da comissão. O requerimento da oposição conta com 184 s — número superior ao mínimo exigido para a instauração da I.
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