O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, alertou na última quarta-feira (2) que, caso as grandes potências não cheguem rapidamente a um acordo sobre o programa nuclear do Irã, um conflito militar poderá se tornar inevitável.
A União Europeia busca uma solução diplomática para conter o avanço do enriquecimento de urânio pelo Irã, tentando viabilizar um entendimento antes de outubro. Esse mês marca o prazo final das sanções impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) no acordo nuclear firmado em 2015 entre Teerã e as potências globais.

O alerta do chanceler francês veio após o presidente Emmanuel Macron realizar uma reunião confidencial sobre o tema. O encontro foi confirmado por três fontes diplomáticas, mas o conteúdo das discussões não foi divulgado.
Aumento da tensão no Oriente Médio
Paralelamente, os Estados Unidos reforçaram sua presença militar no Oriente Médio, enviando novas aeronaves de combate à região, conforme informou o Pentágono na terça-feira (1º). A medida ocorre em meio à campanha de bombardeios contra os houthis, grupo apoiado pelo Irã que controla boa parte do Iêmen.
Uma fonte europeia de alto escalão afirmou que estrategistas do continente avaliam a possibilidade de essa ofensiva ser um prelúdio para um ataque dos EUA ao Irã nos próximos meses.
O ex-presidente Donald Trump, que busca retomar a Casa Branca, pediu que o aiatolá Ali Khamenei inicie imediatamente negociações com o Ocidente. No último domingo, ele ameaçou o Irã com novos bombardeios e sanções secundárias caso Teerã não aceite um novo acordo nuclear.
Pressão internacional e discussões diplomáticas
A diplomacia global se movimenta diante da crescente crise. O ministro das Relações Exteriores de Israel, país que historicamente se opõe ao programa nuclear iraniano, desembarca em Paris nesta quinta-feira (3) para tratar do assunto.
Enquanto isso, fontes diplomáticas indicam que representantes de França, Reino Unido e Alemanha, todos signatários do acordo de 2015, esperam debater o dossiê iraniano com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, durante a reunião ministerial da Otan em Bruxelas nesta semana.
Desde que Trump retirou os EUA do pacto nuclear em 2018, o Irã ultraou os limites do acordo, elevando significativamente seus estoques de urânio enriquecido. O nível de pureza físsil alcançado por Teerã já ultraa o que seria justificável para um programa de energia civil, aproximando-se do patamar necessário para a produção de armas nucleares.
Ver todos os comentários | 0 |