Juiz põe tesoureiro de núcleo do Bonde dos 40 em Teresina no banco dos réus

O juiz João Manoel de Moura Ayres, da Vara de Delitos de Organização Criminosa do Tribunal de Justiça do Piauí, aceitou a denúncia do Ministério Público do Piauí contra Gutemberg Pereira da Silva, Elianderson de Sousa Silva e Carlos Alberto Ferreira Filho, todos membros da facção criminosa Bonde dos 40. Entre os réus, Carlos Alberto foi apontado como tesoureiro de uma célula do grupo, que seria responsável pelo controle financeiro e também teria participação no chamado Tribunal do Crime, onde execuções eram realizadas.

Os membros da facção criminosa se tornaram réus acusados pelos crimes de promoção, constituição, financiamento ou integração de organização criminosa. A decisão foi proferida em 21 de fevereiro deste ano, com a denúncia formalizada pelo Ministério Público no dia 13 do mesmo mês.

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Foto: Alef Leão/GP1

Pichação do Bonde dos 40

Investigação do Draco

A investigação conduzida pelo Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) revelou a estrutura e a hierarquia do Bonde dos 40, detalhando o papel de cada um dos denunciados na organização. A acusação foi substanciada por provas técnicas, documentos, imagens e depoimentos, incluindo as próprias confissões dos réus, que itiram a participação no grupo criminoso. De acordo com o relatório, Carlos Alberto Ferreira Filho foi identificado como tesoureiro de uma célula da facção, além de ter envolvimento nas ações do Tribunal do Crime, um órgão interno do grupo responsável por executar sentenças de morte.

Segundo as investigações, Carlos Alberto não apenas gerenciava o controle financeiro, mas também atuava diretamente nas sessões do Tribunal do Crime, onde decisões sobre a morte de vítimas eram tomadas. Ele é apontado como uma figura central dentro da facção, exercendo grande influência sobre os rumos da organização criminosa. Os elementos colhidos durante a apuração apontaram para o vínculo dos réus com a estrutura hierárquica do Bonde dos 40.

Operação DRACO 163

A operação que levou à prisão dos denunciados ocorreu em outubro de 2024, durante a deflagração da Operação DRACO 163. Na ocasião, as forças de segurança cumpriram 12 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão em bairros de Teresina, como Torquato Neto, Vale Quem Tem, Poti Velho, Mocambinho, Vila São Francisco, Santa Rosa, Cidade Industrial, Monte Verde e Parque Brasil.