Chegou ao Congresso, nesta quarta-feira (28), a iniciativa do governo do Chile de legalizar o aborto até a 14ª semana de gestação. A ação cumpre uma das promessas assumidas pelo presidente de esquerda Gabriel Boric durante sua campanha. A legislação chilena só permite a interrupção da gravidez em três circunstâncias: risco à vida da gestante, gravidez resultante de estupro ou inviabilidade fetal, quando o feto não tem possibilidade de sobreviver fora do útero.
Antonia Orellana, ministra da Mulher e Igualdade de Gênero, formalizou o envio do projeto ao Parlamento. Segundo a parlamentar, a ação é um avanço e leva em consideração as estatísticas que apontam a alta realização de abortos clandestinos. “Queremos abrir um debate respeitoso, baseado em evidências, em que todas as posições tenham espaço”, completou.
As estimativas oficiais mostram que o Chile registra entre 40 mil e 160 mil procedimentos clandestinos desse tipo ao ano. Entre os anos de 2014 e 2024, foram contabilizados quase 270 mil internações hospitalares e 40 mortes relacionadas a abortos ilegais.
Boric não detém maioria no Congresso Nacional; por esse motivo, o texto deverá enfrentar resistência, visto que a oposição se opõe à ampliação do direito ao aborto. Contudo, se aprovado, o país fará parte do grupo de sete países latino-americanos que legalizaram a prática.
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