Carolina Matta
Lee Jae-myung, do centro-esquerdista Partido Democrático da Coreia (DPK), venceu a eleição presidencial antecipada realizada nesta terça-feira (3) na Coreia do Sul.
O pleito, inicialmente previsto para março de 2027, foi antecipado após o Tribunal Constitucional confirmar, em abril, o impeachment do então presidente Yoon Suk Yeol, do conservador Partido do Poder Popular (PPP). O afastamento de Yoon já havia sido aprovado pelo Parlamento em dezembro, após a crise provocada por sua tentativa de impor lei marcial no país.
Devido ao caráter extraordinário da eleição, não haverá o período tradicional de transição. Lee tomará posse já nesta quarta-feira (4) para cumprir um mandato de cinco anos.
Aos 60 anos, Lee Jae-myung foi uma figura central na articulação do impeachment de Yoon. Ex-governador da província de Gyeonggi — a mais populosa do país — ele construiu sua carreira política a partir de uma trajetória pessoal marcada pela superação: trabalhou como operário na infância, formou-se em direito e ingressou na política defendendo pautas sociais.
Lee tem como bandeiras o fortalecimento da justiça social e a retomada do diálogo com a Coreia do Norte. Apesar disso, sua trajetória política é marcada por controvérsias: ele responde a processos judiciais por violação da lei eleitoral, abuso de poder e suspeita de envio ilegal de recursos à Coreia do Norte — acusações que ele nega veementemente. Com a eleição, os processos ficarão suspensos enquanto durar o mandato.
Em discurso realizado em Seul, quando as projeções já indicavam sua vitória, Lee afirmou que seus primeiros compromissos como presidente serão “restaurar a democracia” e melhorar a economia do país.
“A partir do momento em que minha vitória for confirmada, usarei todas as minhas forças para aliviar o sofrimento do povo sul-coreano o mais rápido possível”, declarou, segundo a BBC.
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